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  • Foto do escritorHoly Raps

A história de quem venceu dois cânceres antes dos 40

Adriana Oliveira foi acometida pelo câncer de mama e de tireoide, mas com muita fé, confiança e força da família, venceu ambos


Por Lorraina Moraes


Adriana, após vencer dois cânceres

O Dia Mundial de Combate ao Câncer – lembrado em 8 de abril - foi criado pela União Internacional de Controle do Câncer (UICC) para marcar o combate à doença, que a cada ano atinge milhares de pessoas. O tipo de Câncer que mais acomete as mulheres é o Câncer de mama. Ele também é o que gera a maior taxa de mortalidade, principalmente quando não descoberto a tempo.


Neste mês, trago nessa matéria o relato de uma guerreira que enfrentou bravamente a luta contra o câncer de mama: Adriana Oliveira, de apenas 40 anos. Ela integra o Projeto Rei das Ruas, de atendimento socioeducativo e espiritual nas unidades do Iases (Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo), que é parte do coletivo Holy Raps.


Adriana falou um pouco sobre a descoberta do câncer e de como enfrentou e venceu a doença. Ela aproveitou para deixar uma mensagem de esperança e fé para quem está na luta contra o câncer.


Como você descobriu que estava com Câncer de mama?

Durante o banho senti um caroço palpável. Esse foi o primeiro sinal da doença.


Qual foi a sua primeira reação ao receber o diagnóstico? E qual foi a reação da sua família?

No primeiro momento "tranquila", porquê ainda não tinha entendido o que era Câncer. Somente depois da Biópsia e da cirurgia marcada, me dei conta de tudo que iria passar. Eu virei para o médico e disse: "Vou lutar! Posso morrer de qualquer coisa MENOS de Câncer!". Reuni meus pais e meu filho, e o impacto da notícia foi muito grande. Na verdade eu os consolei (risos).

O apoio incondicional do marido Tim foi fundamental

Nos fale um pouco dos desafios que enfrentou durante o tratamento.

Os sintomas e efeitos colaterais são muito pesados. Tive que ser forte! Pois enfrentar quatro quimioterapias da vermelha (que consiste em um tipo de quimioterapia bem pesada e com muitos efeitos colaterais) e 21 da branca não foi fácil. Meus cabelos caíram, minha boca amargava, a sensação era que o meu corpo queimava. Sentia que os meus ossos estavam quebrados. Mesmo assim lia livros, caminhava quando dava e procurava me alimentar bem.


Após a mastectomia (retirada total ou parcial da(s) mama), qual foi o primeiro sentimento?

De início eu disse: "- Tire os dois! O que farei com um seio só?!"

Sabe, o sentimento é estranho, mas ao mesmo tempo, de conquista. Tocar em algo que não tem. Apalpar o quê? Ficar nua diante do espelho foi um desafio. Tentei reconstruir a mama, mas tive rejeição por duas vezes. Mas fiz meus "peitinhos" de bojo. O que me possibilitou usar qualquer tipo de roupa, ir á praia, viver uma vida além da estética.


Sabemos que muitos homens abandonam suas esposas, namoradas, nesta etapa tão difícil. Como seu esposo reagiu desde o diagnóstico até a mastectomia?

Meu esposo esteve comigo desde o início. Ele me fez sentir amada e completa. Sempre muito paciente comigo, até porque o tratamento faz com que a mulher perca o libido, e é nesse momento que muitas são abandonadas.

Após um longo e doloroso tratamento, no qual foi submetida a quimioterapia (branca e vermelha) e mastectomia parcial, Adriana pôde respirar aliviada. Teve alta ao receber a notícia da cura do câncer. Porém, em Setembro de 2019, em um dos seus exames de rotina, os médicos identificaram nódulos palpáveis e suspeito na tireoide – Adriana já havia tido nódulos posteriormente, porém benignos. Ela foi encaminhada para biópsia, onde foi confirmado um segundo diagnóstico de câncer, dessa vez na tireoide.

Qual foi a sensação de receber um segundo diagnóstico de câncer?

Não sabia o que viria pela frente, mas enfrentar é a melhor reação que pude ter. Passei por cirurgia (2019), onde retirei três nódulos e a parótida. Iniciei um tratamento com iodo radioativo e, em 24 de Março de 2020, fui liberada, totalmente curada. Dei entrevistas, palestras, fiz muitas campanhas, pude ajudar muitas mulheres e pessoas que enfrentam o câncer.


Acredita que os momentos ruins serviram de aprendizado? Fale um pouco das suas experiências e deixe um recado para pessoas que enfrentam o câncer.

Aprendi a dançar na chuva e transformar meu momento em bênção, pois a partir disso tudo, fui a lugares inimagináveis compartilhar minha história de resistência e luta. Mulheres, nunca parem de lutar! Se arrumem, se maquiem, vão à praia, curtam com os seus, e sejam exemplos de força para outras mulheres.

Confesso que quando Adriana me enviou as respostas e as fotos, fiquei "sem palavras". Eu tentava visualizar cada momento que ela passou. Mas ao mesmo tempo, isso era impossível! Saber que ela passou por tudo isso, sempre com um sorriso no rosto, serve como inspiração.


Não sei o que você tem passado, mas te digo que nada foge das mãos de Deus.


Que histórias reais como essa, nos torne mais gratos, mais sensíveis e que sua fé seja fortalecida.


Se toque, se perceba! O diagnóstico precoce proporciona um bom prognóstico e sobrevida.


Finalizo essa matéria com um versículo:

"Por isso não desanimamos. Embora exteriormente estejamos desgastados, interiormente estamos sendo renovados dia após dia, pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos, estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles. Assim fixamos os olhos não naquilo que se vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno" (2 Coríntios 4:16-18).

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